Na terça-feira (24/8), representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Semad se reuniram com membros da sociedade civil para discutir as necessidades ambientais da região no contexto da elaboração do Plano Municipal de Arborização Urbana – PMAU.
Foram levantadas questões gerais e específicas, com participação ativa dos presentes. Um destaque da reunião foi o anúncio da construção de um jardim de chuva a ser feito em setembro, na praça Tancredo Neves, localizada em frente à Prefeitura, num projeto modelo desenvolvido pela Universidade de São Paulo - USP. No Brasil inteiro, farão parte desse projeto as cidades de Belo Horizonte, Contagem e Londrina (PR).
Jardim de chuva é um jardim de arbustos nativos, perenes e flores plantadas em uma pequena depressão do terreno, que geralmente é formada em uma encosta natural. Ele é projetado para reter temporariamente e absorver o escoamento da água da chuva que flui de telhados, pátios, gramados, calçadas e ruas.
Devido à sua formatação – são feitas camadas de diversos materiais, que variam de acordo com o tipo de solo do local – em comparação com um gramado convencional, os jardins de chuva permitem que 30% mais de água penetre no solo.
Para ele funcionar na estrutura urbana, é preciso criar aberturas no meio-fio com canos, por exemplo. Em Contagem, o local escolhido é a praça Tancredo Neves, onde houve um estudo prévio para que num local onde corriqueiramente alaga em épocas de chuvas, o jardim possa drenar e evitar alguns problemas locais.
Para a geóloga Walkyria de Pádua, a expectativa é que o jardim seja replicado em outras áreas da cidade. “O PMAU discute a arborização e o jardim é um item que interage com esse interesse. São diversos os benefícios que esse projeto pode causar a médio e longo prazo, principalmente sendo bem feito e conservado. Temos a ideia de poder levar esse projeto piloto a outros locais, mas primeiramente vamos observar os resultados iniciais e estudar outras possibilidades”, conta.
A arborização
A superintendente de Políticas Públicas, Sirlene Almeida, lembrou sobre a importância da sinergia entre poder público e população. “Quando plantamos uma árvore há um tempo até ela crescer, se fortalecer e cada uma exige um tipo de tratamento. A arborização da cidade, que será feita a partir desse plano e de nossas reuniões, será feita com a árvore certa para a cidade, o que depende do clima, do solo e da região , mas conta muito com a mobilização dos cidadãos. Essa união pela reconstrução ambiental de Contagem é uma demanda para todos nós”, diz. “Infelizmente, vimos que a cidade estava na contramão do plantio e, ainda, várias são as árvores plantadas de forma equivocada por toda a cidade”, completa.
O administrador da Regional Sede, Lindomar Diamantino, lembrou dos danos causados pelo processo de supressão de árvores. “A população de Contagem nunca se negou a agir de forma a preservar o Meio Ambiente. O plano é necessário para garantir a preservação do meio ambiente com a participação popular”.
Destaques positivos
“Fico feliz em participar da reunião, que foi muito instrutiva e ficamos, aqui, na expectativa de uma Contagem mais arborizada, mais bonita, com possibilidade de uma melhor condição de vida, com um ar mais puro e respeito à fauna e aos seres humanos”, diz o morador do bairro Santa Luzia, Carlos Leonídio, conhecido como Nídio na região. “Onde moro, precisamos de uma melhor educação ambiental”, completa.
Para Leonardo de Jesus, a “ecologia é um assunto discutido em todo o mundo e vemos várias cidades dando murro em ponta de faca tentando recuperar seu ecossistema, mas sem nenhum planejamento”.